LHC comemora 10 anos da primeira volta de prótons no acelerador
Dez anos atrás, no dia 10 de setembro de 2008 às 10:28 no horário local, dois pequenos pontos amarelos apareceram nas telas dos computadores da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN). Após décadas de planejamento e construção, os primeiros prótons haviam circulado com sucesso pelos anéis do Large Hadron Collider (LHC).
Cerca de 2500 canais de televisão ao redor do mundo noticiaram o evento e mais de 6000 artigos foram publicados na mídia sobre o assunto. O Google, naquele dia, transformou seu logo em um desenho de um acelerador de partículas. Por um momento, o centro das atenções do planeta Terra era a Física de Altas Energias.
A história do maior acelerador de partículas do mundo, entretanto, estava apenas começando. No dia 23 de novembro de 2009 o LHC registrou suas primeiras colisões entre prótons e, uma semana depois, se tornou o acelerador mais potente do mundo, ultrapassando o norte-americano Tevatron com uma energia de 1,18 TeV.
As pesquisas no LHC começaram no dia 30 de março de 2010, com colisões sendo realizadas a energias de centro de massa de 7 TeV. Pouco mais de dois anos depois, no dia 4 de julho de 2012, o CERN anunciou a descoberta do bóson de Higgs, a última partícula prevista pelo Modelo Padrão de Física de Partículas que ainda não havia sido observada. Em outubro de 2013, François Englert e Peter Higgs foram laureados com o prêmio Nobel de Física pela “descoberta de um mecanismo que contribuiu para o entendimento da origem da massa das partículas subatômicas, que foi confirmado pela descoberta de uma partícula fundamental pelos experimentos CMS e ATLAS do LHC”.
Ao longo dos anos o LHC continuou a ser aprimorado. Em 2015 o acelerador atingiu a energia recorde de 13 TeV e o próximo grande upgrade, chamado de High-Luminosity LHC (HL-LHC), já está planejado para o ano de 2025. O CERN pretende aumentar a luminosidade do acelerador por um fator de 10 em relação à projetada, o que significará um maior número de colisões e uma maior quantidade de dados disponíveis para os pesquisadores. O HL-LHC deverá produzir, por exemplo, cerca de 30 milhões de bósons de Higgs por ano, comparado com cerca de seis milhões produzidos pelo LHC em 2017. Desta forma será possível estudar processos raros em maior profundidade e continuar a busca por uma nova física além do Modelo Padrão.